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A nova internet de Zuckerberg: liberdade ou caos?

  por Vinícius Ghise* Mark Zuckerberg, CEO da Meta, anunciou o fim da moderação de conteúdo em suas plataformas, justificando a decisão como uma defesa da “liberdade de expressão”. Além disso, criticou supostos “tribunais secretos” em países latino-americanos que, segundo ele, ordenariam a remoção de conteúdos de forma silenciosa. A Meta pretende substituir os verificadores […]

 

por Vinícius Ghise*

Mark Zuckerberg, CEO da Meta, anunciou o fim da moderação de conteúdo em suas plataformas, justificando a decisão como uma defesa da “liberdade de expressão”. Além disso, criticou supostos “tribunais secretos” em países latino-americanos que, segundo ele, ordenariam a remoção de conteúdos de forma silenciosa.

A Meta pretende substituir os verificadores de fatos pelo recurso “Notas da Comunidade”, inspirado no modelo do X (antigo Twitter). Segundo Zuckerberg, a novidade começará nos Estados Unidos e será expandida globalmente, com a promessa de reduzir a remoção acidental de postagens legítimas.

Contudo, surge uma questão central: qual será o custo dessa “liberdade” para a segurança e a credibilidade online?

Por que moderar conteúdo?

A moderação de conteúdo sempre foi uma ferramenta indispensável para combater fake news, discursos de ódio e conteúdos nocivos. Sem ela, o ambiente digital corre o risco de se tornar mais caótico, polarizado e hostil.

É importante reforçar que moderação não é censura. Enquanto a censura visa silenciar opiniões e restringir liberdades, a moderação busca manter a integridade do ambiente digital, protegendo usuários e marcas de conteúdos prejudiciais e de má-fé.

Isso impacta diretamente a imagem não apenas de indivíduos, mas também de empresas sérias que adotam os canais digitais para interagir com seus públicos.

Além disso, a lógica dessa decisão é evidente: menos controle significa mais confusão. Mais confusão gera mais engajamento. E, para plataformas como a Meta, mais engajamento se traduz em receita.

E o impacto no mercado B2B?

Apesar de apresentada como uma defesa da liberdade de expressão, a decisão da Meta parece priorizar interesses financeiros em detrimento de um compromisso genuíno com os direitos dos usuários.

Para empresas, especialmente no mercado B2B, a ausência de moderação cria desafios significativos. Em mercados onde confiança e reputação são indispensáveis, operar em um ambiente tão instável exige atenção redobrada para proteger a marca de crises e associações indesejadas.

Cuidar da reputação digital nunca foi tão crucial, demandando monitoramento constante e estratégias preventivas para preservar o maior ativo de uma marca: a confiança.

 

* Vinícius Ghise – CEO da Global AD, Presidente da regional Rio Grande do Sul da Associação Brasileira dos Agentes Digitais (Abradi-RS)
vinicius.ghise@globalad.com.br

 

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