
A Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) anunciou recentemente um aumento nas tarifas de energia elétrica para os consumidores da Enel em São Paulo. Este reajuste será implementado de forma gradual, com a maior parte dos custos relacionados à distribuição de energia. A decisão foi tomada com o objetivo de cobrir os custos operacionais da empresa e garantir a continuidade dos serviços prestados. Entre as justificativas para o aumento estão os encargos setoriais e as variações cambiais que afetam usinas como a da Eletrobras e de Itaipu. Além disso, a escassez de chuvas no país tem impactado negativamente a produção de energia hidrelétrica, elevando os custos de geração.

O aumento, que entrará em vigor na próxima sexta-feira (4), será de 13,94% para residências e pequenos comércios, enquanto grandes comércios e indústrias enfrentarão um aumento superior a 15%. Esta medida afetará 26 municípios e mais de 8 milhões de unidades consumidoras na região coberta pela Enel. Para ilustrar, uma conta de luz de R$ 100 mensais terá um acréscimo de quase R$ 14. Além disso, as contas de luz continuarão na bandeira vermelha, o que implica um custo adicional de R$ 4,46 a cada 100 kWh consumidos. A decisão da ANEEL não passou sem críticas.
O prefeito de São Paulo, por exemplo, manifestou-se contra o aumento, defendendo a extinção do contrato com a Enel. A agência reguladora foi acusada de estar desconectada da realidade dos consumidores e de ser influenciada pela iniciativa privada. Especialistas no setor discutem o monopólio natural do setor elétrico, argumentando que, embora a gestão privada possa ser mais eficiente, há uma carência de regulação e fiscalização adequadas. Além disso, a alta nas tarifas também é atribuída a subsídios para energia limpa, o que gera um debate sobre a sustentabilidade e os custos associados.
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