
A ex-presidente da Argentina Cristina Kirchner pediu à Justiça do país a suspensão da execução do confisco de dinheiro exigida como parte da condenação por irregularidades na licitação de obras rodoviárias, e alegou que seu patrimônio é legítimo e que o cálculo do valor é irregular.“Não tive nem tenho em meu patrimônio coisas que tenham servido para cometer o fato julgado nos autos, nem bens ou ganhos que sejam produto ou proveito do referido episódio e, portanto, passíveis de confisco”, afirmou a ex-presidente em dois escritos apresentados à Justiça nesta quarta-feira (13). Kirchner e outras oito pessoas, foram obrigadas pelo Tribunal Oral Federal (TOF) Nº 2 a pagarem paguem 685 bilhões de pesos (cerca de R$ 2,8 bilhões) para cumprir a pena por irregularidades na licitação de obras rodoviárias, e tem até esta quarta-feira para efetuar o pagamento. Caso contrário, a Justiça ficaria habilitada a ativar um processo de confisco de seus bens.

O valor é questionado pela defesa de Cristina, que argumenta que a sentença original “estabeleceu que o valor era provisório” e que o mesmo seria definido com intervenção técnica quando se tornasse definitivo, “mas o Tribunal o considerou agora definitivo sem debate prévio, afetando o direito de defesa e o princípio do juiz natural”. Por esse motivo, o advogado de defesa de Cristina, Carlos Berardi, solicitou a suspensão de toda execução patrimonial “até que haja sentença definitiva sobre o valor” e solicitou aos juízes que proferissem “uma nova decisão de acordo com a lei”.
Na decisão, o TOF 2 estabeleceu o valor por meio de peritos contábeis oficiais e definiu a manobra desenvolvida durante os governos de Néstor Kirchner e Cristina Kirchner como um “dano causado ao erário público” e um “ato gravíssimo de corrupção”. Cristina permanece em prisão domiciliar desde 17 de junho, após a confirmação pela Suprema Corte de Justiça da condenação a seis anos de inabilitação perpétua para exercer cargos públicos.
Leia também

Mulheres não devem votar, diz vídeo republicado por secretário de Defesa dos EUA

Após confirmação de tarifaço, Brasil avança em acordo de livre comércio com Canadá
*Com informações da EFE