
Disparos israelenses em Gaza neste domingo (20), deixaram mais de 80 mortos e feriu 150 após abrir fogo contra um grupo que aguardava a chegada de caminhões com farinha na cidade de Beit Lahia (norte), enquanto outros seis foram mortos em Rafah (sul) perto de um dos pontos de distribuição de ajuda apoiados pelos Estados Unidos, segundo confirmaram fontes médicas. O porta-voz desta organização de primeiros socorros, Mahmoud Bassal, que 67 pessoas morreram como resultado de “disparos da ocupação [Israel] direcionados a pessoas que esperavam ajuda na região de Zikim, a noroeste da Cidade de Gaza”. No sul, essa organização registrou outras seis pessoas mortas neste domingo pelas forças israelenses perto de um centro de distribuição de ajuda a noroeste de Rafah, onde dezenas de pessoas tinham morrido no dia anterior.

Os corpos de 37 palestinos chegaram ao Hospital Al Shifa, na capital de Gaza, depois que soldados israelenses abriram fogo perto do posto de controle militar de Zikim, confirmou uma fonte deste centro médico. Outros 19 corpos foram encontrados na Clínica Sheikh Radwan. Testemunhas disseram que os corpos de cerca de 50 pessoas ainda estão espalhados pelas ruas de Beit Lahia. Pouco depois, dois corpos, além de 120 feridos, alguns em estado grave, chegaram ao Hospital de Campanha Al Saraya, na Cidade de Gaza. Este centro foi obrigado a disponibilizar novos leitos, após ser sobrecarregado pelo número de pacientes, acrescentou a porta-voz.
O Programa Mundial de Alimentos (PMA) declarou que uma de suas caravanas de 25 caminhões com ajuda alimentar entrou neste domingo pela manhã no norte da Faixa de Gaza e “viu imensas multidões de civis famintos que recebiam disparos”. Exército israelense mencionou “disparos de alerta para evitar uma ameaça imediata que pesava sobre ele”, diante da aglomeração de “milhares” de pessoas. O Exército negou o balanço feito pela Defesa Civil. Os cerca de dois milhões de palestinos assediados por Israel em Gaza estão à beira da inanição depois de mais de 21 meses de conflito, desencadeado por um ataque do movimento islamista palestino Hamas em solo israelense em 7 de outubro de 2023.
A Defesa Civil de Gaza disse que constatou um aumento no número de mortes de bebês causadas por “fome e desnutrição severa”, e reportou pelo menos três mortes de crianças na semana passada. O papa Leão XIV condenou neste domingo a “barbárie” da guerra em Gaza e pediu o fim do “uso indiscriminado da força” ao final da oração do Angelus.
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*Com informações da AFP e EFE
Publicado por Sarah Paula