ENTREVISTA | Danielle Auler – arquiteta da Tellini Vontobel

“Mais do que diferencial estético, o paisagismo se tornou fator de decisão de compra do imóvel”, diz arquiteta Na lista de fatores que predominam quando se escolhe uma nova morada, o paisagismo ganha espaço cada vez maior, traduzindo a busca de um contato com o verde, mesmo em grandes centros urbanos. “O paisagismo deixou de […]

“Mais do que diferencial estético, o paisagismo se tornou fator de decisão de compra do imóvel”, diz arquiteta

Na lista de fatores que predominam quando se escolhe uma nova morada, o paisagismo ganha espaço cada vez maior, traduzindo a busca de um contato com o verde, mesmo em grandes centros urbanos. “O paisagismo deixou de ser apenas diferencial estético para se tornar fator de decisão de compra”, afirma a arquiteta Danielle Auler, do escritório Tellini Vontobel, de Porto Alegre. “As pessoas buscam o equilíbrio entre a vida prática da cidade e a sensação de refúgio que os espaços verdes proporcionam.” Para além da composição estética, os projetos do escritório entendem o paisagismo como ferramenta de conexão entre as pessoas, a arquitetura e o meio natural. Danielle assina o projeto do mais recente lançamento da construtora Plaenge em Joinville, o residencial Aman, que conta também com a consultoria do paisagista Jordi Castan, da Boa Vista.

 

Quais as principais tendências atuais em paisagismo de edifícios residenciais?

As tendências apontam para projetos cada vez mais integrados à natureza, com áreas externas que assumem protagonismo na vida dos edifícios. Observamos um movimento em direção à naturalização dos espaços, com o uso de espécies nativas, formas orgânicas e materiais naturais, além da valorização do verde em altura, com jardins suspensos, floreiras e coberturas verdes. Outro ponto importante é a multiplicidade de usos: áreas de lazer mais flexíveis, que permitem convivência, descanso e trabalho ao ar livre, acompanhando as novas formas de viver.

 

De que forma se estabelece a conexão dos projetos com a biodiversidade regional?

Cada projeto parte de uma leitura atenta do lugar. Buscamos traduzir o bioma local em experiências, utilizando espécies nativas e adaptadas, que, além de reduzir o impacto ambiental, reforçam a identidade regional e atraem fauna, como aves e borboletas.
Em Joinville, por exemplo, a vegetação exuberante e úmida inspira jardins densos, de texturas tropicais, que dialogam com o clima e com a paisagem natural da região.

 

Em que momento da concepção do projeto entra o profissional de paisagismo?

O ideal é que o paisagismo esteja presente desde as etapas iniciais de concepção arquitetônica. Isso permite uma integração real entre o edifício e o terreno, potencializando fluxos, visuais e relações entre os espaços internos e externos.
Quando o paisagismo é pensado como parte da arquitetura, e não como complemento, torna-se um elemento estruturante do projeto, não apenas decorativo. Temos caminhado nesse sentido junto à Plaenge e conseguimos ver o diferencial no resultado dos projetos.

 

Hoje, o paisagismo é um fator determinante na venda de um imóvel residencial?

Sem dúvida. O paisagismo deixou de ser apenas um diferencial estético para se tornar fator de decisão de compra. O morador busca qualidade de vida, bem-estar e pertencimento – e são justamente as áreas verdes que traduzem esses valores de forma mais sensível. Um bom projeto de paisagismo comunica o conceito do empreendimento, reforça a percepção de valor e cria o ambiente emocional que transforma o espaço em “lar”.

 

As famílias procuram edifícios que tragam áreas verdes maiores, no seu entorno?

Existe uma demanda crescente por empreendimentos que ofereçam contato direto com a natureza, mesmo em contextos urbanos densos. As pessoas buscam o equilíbrio entre a vida prática da cidade e a sensação de refúgio que os espaços verdes proporcionam.
Esse desejo se reflete em empreendimentos com praças internas, bosques e áreas de lazer mais integradas ao verde, que trazem uma nova escala de qualidade aos espaços coletivos.

 

Em grandes centros urbanos como Joinville, você observa uma atenção maior ao paisagismo dos prédios?

Com certeza. Joinville tem forte relação com o verde e uma cultura urbana que valoriza a natureza. Essa vocação está se refletindo na arquitetura contemporânea local, que tem buscado projetos mais abertos, generosos e com presença real de vegetação. As incorporadoras estão cada vez mais conscientes de que o paisagismo é um ativo de valorização e de identidade para o empreendimento, especialmente em cidades que crescem de forma acelerada.

 

Quais as inovações mais recentes nesta área e como se diferenciar com um projeto de paisagismo mais impactante?

As inovações estão ligadas à experiência e à sustentabilidade. Sistemas de irrigação inteligente, uso de substratos leves e o reaproveitamento de águas pluviais são soluções que têm ganhado força. Mas a verdadeira inovação está em criar paisagens que emocionem, que contem uma história, tragam memória e proporcionem bem-estar genuíno. Um projeto impactante é aquele que se integra naturalmente ao cotidiano, revelando camadas de beleza a cada olhar. E é essa a alma dos projetos da Tellini Vontobel.


Esta entrevista contou com a colaboração do jornalista Guilherme Diefenthaeler, responsável pela Assessoria de Imprensa da Plaenge

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