
O governo dos Estados Unidos anunciou nesta sexta-feira (18) a libertação de dez cidadãos americanos que estavam detidos na Venezuela. A medida faz parte de um acordo negociado com apoio do governo de El Salvador e inclui ainda a soltura de presos políticos venezuelanos. A informação foi divulgada pelo secretário de Estado americano, Marco Rubio. “Todos os americanos detidos injustamente na Venezuela agora estão livres e de volta ao nosso país”, afirmou Rubio em comunicado, classificando as prisões como arbitrárias e sem o devido processo legal.
O chefe da diplomacia americana também agradeceu diretamente ao presidente de El Salvador, Nayib Bukele, pelo papel nas negociações. Rubio destacou que o governo Trump seguirá apoiando a “restauração da democracia na Venezuela” e defendeu a libertação de todos os presos políticos e cidadãos estrangeiros detidos de forma “injusta e arbitrária” pelo regime de Nicolás Maduro.
Pouco antes do anúncio de Rubio, Bukele declarou que havia deportado “todos” os venezuelanos presos em seu país, acusados de integrar a organização criminosa Tren de Aragua (TDA). Segundo o presidente salvadorenho, eles foram enviados de volta à Venezuela em dois aviões do governo Maduro. “Hoje entregamos todos os cidadãos venezuelanos detidos em nosso país, acusados de pertencer à organização criminosa Tren de Aragua. Muitos enfrentam múltiplas acusações de assassinato, roubo, estupro e outros crimes graves”, afirmou Bukele nas redes sociais.
O líder salvadorenho classificou a medida como uma “troca” por presos políticos venezuelanos e pelos americanos detidos em Caracas. De acordo com Bukele, os cidadãos dos EUA libertados passaram por El Salvador antes de seguirem viagem aos Estados Unidos. A operação é resultado de meses de negociações. Em abril, Bukele havia oferecido publicamente a deportação de 252 venezuelanos presos em seu país em troca da libertação de presos políticos por parte do governo Maduro. À época, a proposta foi rejeitada por Caracas, que a classificou como “cínica”.

A maioria dos venezuelanos deportados havia sido acusada por Washington de integrar a Tren de Aragua, grupo que o governo Trump declarou como organização terrorista. Parte deles foi detida nos EUA com base em uma antiga lei de guerra, e outra parcela, por infrações à legislação migratória. As autoridades dos Estados Unidos e de El Salvador não divulgaram nomes nem provas das acusações contra os deportados.
Publicado por Felipe Cerqueira
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