Lifestyle gospel movimenta R$ 21 bilhões anuais no Brasil

A comunidade evangélica no Brasil expandiu a sua influência entre jovens da GenZ, marcas, tecnologias e até moda, consolidando o chamado lifestyle gospel. Para entender esse fenômeno, que movimenta R$ 21 bilhões anuais – superando até o mercado de influenciadores digitais (R$ 20 bilhões) –, a Zygon Adtech, em parceria com a EIXO part of B&Partners, acaba de publicar […]

A comunidade evangélica no Brasil expandiu a sua influência entre jovens da GenZ, marcas, tecnologias e até moda, consolidando o chamado lifestyle gospel.

Para entender esse fenômeno, que movimenta R$ 21 bilhões anuais – superando até o mercado de influenciadores digitais (R$ 20 bilhões) –, a Zygon Adtech, em parceria com a EIXO part of B&Partners, acaba de publicar o relatório inédito ‘Gospel Power 2025’.

O estudo mapeou cerca de 228 mil menções no TikTok, Instagram e Twitter, em um panorama completo do grupo religioso. Os dados foram extraídos mediante netnografia, social listening e materiais bibliográficos, além de entrevistas com pastores, líderes e evangélicos como Gilcéa Souza, Wania Leal, Waldyr Souza, Luciana Petersen e Daniel de Tomazo.

Aprofundando o debate sobre a comunidade gospel, a pesquisa mergulha no ecossistema de 26% dos brasileiros autodeclarados evangélicos (cerca de 47 milhões de pessoas), segundo o Censo 2022 do IBGE. Estima-se que, até 2049, a categoria alcance o status de maior grupo religioso do país, refletindo na cultura, estética e consumo contemporâneo.

Mudanças comportamentais e geracionais

À fim de explicar esses insights, o fundador da Zygon Adtech, Doutor em Comunicação e coarticulador da pesquisa ‘Gospel Power’, Lucas Reis, revela que a audiência evangélica influencia comportamentos e decisões políticas de uma parcela significativa da população. “Estamos falando de uma instituição que ocupa uma lacuna deixada pelo Estado, passando a atuar em áreas como assistência social, educação e acolhimento comunitário. Além disso, vemos que o legado construído por seus pais está embasando o futuro das gerações, e consequentemente, suas escolhas na economia e nas esferas sociopolíticas”, explica. 

A escalada do grupo evangélico vem inspirando mudanças comportamentais e geracionais. Segundo o ‘Gospel Power’, o número de jovens que integram a categoria já representa 28% da comunidade, formada por adolescentes de 15 a 19 anos. As crianças ocupam um patamar ainda maior, totalizando 31% da base religiosa que se renova ano após ano. 

Ao lado dos pais, o lifestyle cristão reconfigurou o que esses consumidores esperam das marcas, campanhas e publicidades, moldando as dinâmicas da microeconomia. Essa influência já movimenta o mercado: 58% dos evangélicos afirmam que a fé impacta diretamente suas decisões de consumo. Para as marcas, trata-se de uma oportunidade estratégica, já que o mesmo percentual declara estar disposto a pagar mais por produtos e serviços alinhados aos seus princípios e crenças.

Do humor ao self-care, a comunidade evangélica “furou a bolha” dos setores da sociedade e passou à atuar como um mercado de nicho, potencializando as marcas, criadores de conteúdo e campanhas que dialogam com a fé. Prova disso é que, ainda segundo a pesquisa, 52% dos evangélicos não se sentem representados por campanhas publicitárias atuais; enquanto 31% alegam ter boicotado marcas que contrariam seus princípios. 

Essa reconstrução social, segundo o investidor na área de Tecnologia e Inteligência Artificial, Lucas Reis, representa uma nova cultura que mistura fé, mídia e identidade. “Durante a pesquisa, observamos outros 2 fenômenos contundentes, que são: a ‘teologia da prosperidade’ e o ‘Gospel Premium’. Assim, a fé também passa a atuar como produto cultural da elite, que atribui às ‘bem-aventuranças’ ao sucesso, riquezas e pertencimento”, diz.

Outro destaque levantado por Lucas diz respeito à midiatização das igrejas. Se no período do Velho Testamento, os tabernáculos representavam o espaço de adoração para os filhos de Israel, a Igreja da atualidade derrubou as cortinas da congregação, espalhando sermões através do YouTube. O digital alcançou as massas, hoje representadas por personalidades da fé como Deive Leonardo e Isadora Pompeo. 

“O que estamos observando é que a fé, hoje, transcende o espaço religioso. Ela molda escolhas de consumo, lifestyle e identidade cultural, conectando gerações e consolidando uma comunidade que se expressa nas redes sociais e na economia”, conclui. 

Confira aqui e acesse gratuitamente o estudo “Gospel Power” na íntegra.

Foto: Renato Rios

 

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