Um dos mandados cumpridos pela PF foi na secretaria de Saúde de Sorocaba (SP) — Foto: Reprodução/TV TEM
Prefeitura de Sorocaba disse que a operação apura contratos firmados antes da atual administração. No entanto, dos contratos investigados, a maioria foi firmada entre 2022 e 2023. Prefeito Rodrigo Manga (Republicanos) afirmou que ‘em nenhum momento o prefeito é investigado nesse caso’.
A maioria dos contratos investigados na operação da Polícia Federal contra desvios de recursos públicos em Sorocaba (SP) foi feita na atual gestão municipal. A ação da PF, realizada nesta quarta-feira (11), fez buscas na Secretaria de Saúde municipal e em um condomínio de luxo em Araçoiaba da Serra (SP), e investiga suspeita de superfaturamento e direcionamento de licitação para uma empresa e uma entidade ligadas à família de um ex-diretor da Empresa de Desenvolvimento Urbano e Social de Sorocaba (Urbes).
Questionada pela TV TEM, a Prefeitura de Sorocaba disse que a operação apura contratos de supostos atos de 2020, antes da atual administração, e documentos até 2023, e reiterou que todos os processos do Poder Público “seguem rigorosamente os trâmites administrativos e legais”. Ainda segundo a nota, a prefeitura “prima para que seus ritos e procedimentos obedeçam todos aos princípios da legalidade, transparência, impessoalidade, moralidade e eficiência”.
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Enquanto cumpria agenda de campanha nesta quarta-feira, o prefeito e candidato à reeleição em Sorocaba, Rodrigo Manga (Republicanos), falou à TV TEM sobre a ligação entre a prefeitura e as empresas apontada pela PF e negou qualquer envolvimento.
“É uma operação já antiga, com contratos que iniciaram em 2020. […] Zero ligação. É importante dizer que em nenhum momento o prefeito é investigado nesse caso. É importante reforçar isso. E reforçar que é uma ação em um momento eleitoreiro, de um assunto já batido há um ano”, disse.
No entanto, segundo apurado pelo g1 e a TV TEM, a maioria dos contratos investigados foi assinada durante a atual gestão, entre 2022 e 2023. Confira nas tabelas abaixo:
A TV TEM questionou a prefeitura a respeito das datas e da alegação de que a operação apura contratos firmados antes da atual administração, mas não teve retorno até a última atualização desta reportagem.
Já a ex-prefeita de Sorocaba, Jaqueline Coutinho (atualmente candidata a vereadora pelo PRD), informou que desconhece o contrato citado pelo prefeito em seu governo, anterior ao de Rodrigo Manga, e afirma que “se houve [contrato], o secretário da pasta deverá esclarecer os termos e condições”.
A operação
A investigação da PF teve início após uma reportagem exclusiva da TV TEM e do g1 que mostrou que, em dois anos e oito meses, as empresas e entidades ligadas à família de Jorge Domingos Hial, conhecido como Tupã, somaram 17 contratos diretos com a Prefeitura de Sorocaba. Ao todo, são R$ 32 milhões em contratos, dos quais R$ 12 milhões, pelo menos, já foram efetivamente pagos (entenda o caso aqui).
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Nesta quarta-feira, os alvos dos policiais federais foram a Secretaria de Saúde de Sorocaba (SP) e um condomínio de luxo em Araçoiaba da Serra (SP). Conforme apurado pela TV TEM, a PF também esteve em outros endereços, entre eles, a casa do atual secretário de Saúde, Claudio Pompeo. O secretário disse que não vai se manifestar sobre a ação da polícia.
Além da casa de Pompeo e da secretaria de Saúde, os policiais estiveram na empresa “Novos negócios” e na entidade “AJG”, ligadas à família Hial, também investigada na operação.
A TV TEM entrou em contato com o advogado da família Hial, que informou que não conseguiu contato com os envolvidos.
Durante a operação, intitulada Parajás, a Justiça Federal determinou, para uma das empresas, a medida cautelar de proibição de contratar com o Poder Público. Com isso, a empresa não pode fechar nenhum novo contrato e nem movimentar o quadro de sócios durante as investigações.
Durante o cumprimento de mandados de busca, foram apreendidos computadores, celulares e documentos para averiguar as conversas entre a família e as empresas e a entidade. Ainda de acordo com a PF, os investigados podem responder pelos crimes de estelionato contra o Poder Público, peculato e contratação direta ilegal, com penas que podem chegar a 12 anos de prisão.
PF cumpre mandados de busca e apreensão em operação que investiga desvios públicos em Sorocaba — Foto: Reprodução/TV TEM
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