
O meme com a frase, “não importa em quem você vota: o déficit fiscal aumenta e as bombas continuam caindo”, viralizou nas redes sociais nos EUA. A frase vem acompanhada de uma foto com Trump e os últimos presidentes americanos (Clinton, Bush, Obama e Biden). O meme se torna ainda mais atual e verdadeiro, após o Senado aprovar o pacote trilionário de aumento de gastos e corte de impostos proposto por Trump. Caso a medida passe, estima-se um déficit de US$ 3,3 trilhões de dólares em cima de uma dívida de US$ 36 trilhões.
É claro que um corte de impostos é sempre bem vindo, mas deve ser acompanhado preferencialmente de corte de gastos públicos; caso contrário, significa aumento da dívida do setor público. O aumento do endividamento se torna se torna complicado, principalmente quando um país tem uma relação dívida/PIB superior a 100%, que é o caso dos EUA. Nesse patamar, se a dívida continuar crescendo, poderá chegar a um nível insustentável.

Diga-se de passagem, os EUA só conseguem fechar as contas públicas, justamente porque o mundo empresta dinheiro para o governo americano, comprando títulos da dívida pública estadunidense. Ao contrário do que Trump fala, os EUA não são roubados pelo mundo com tarifas protecionistas; são extremamente beneficiados por terem o dólar como reserva global, que permite o governo americano gastar trilhões com subsídios, seguridade social e operações militares.
O problema é que esse modelo é insustentável no longo prazo, exigindo corte de gastos também nos EUA. E boa parte dessas despesas, estão vinculadas ao custo das guerras que os EUA se envolvem. Não à toa, uma parte considerável da base de apoio de Trump tem cobrado para diminuição do orçamento militar. Não à toa, o meme com a frase “não importa em quem você vota: o déficit fiscal aumenta e as bombas continuam caindo” foi elaborado pela própria base do movimento MAGA (Make American Great Again).
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