O orçamento destinado à comunicação corporativa deve ganhar um novo impulso em 2025. A recente pesquisa bienal Radar Abracom, desenvolvida pela Somar Marketing e Pesquisa a pedido da Associação Brasileira das Agências de Comunicação, revela que 38% das empresas pretendem aumentar seus investimentos no próximo ano. Este dado é um reflexo direto da importância crescente que a comunicação tem assumido no contexto empresarial e de suas complexas demandas.
Em tempos de transformações rápidas e pressão por resultados, as organizações compreenderam que uma comunicação corporativa eficiente vai muito além da assessoria de imprensa ou da produção de conteúdo. Ela se tornou um ativo estratégico para fortalecer a reputação, aproximar-se de stakeholders e, principalmente, impulsionar os negócios.
Investimentos e prioridades: o que as empresas querem?
Segundo a pesquisa, as áreas que devem receber maior aporte em 2025 são:
- Assessoria de imprensa (56%)
- Produção de conteúdo multiplataforma (51%)
- Eventos (40%)
- Compra de mídia e branded content (32%)
- Comunicação interna (31%)
Os números demonstram que, embora as prioridades se diversifiquem, o alinhamento entre comunicação e estratégia de negócios continua no centro das decisões. A busca por uma presença consistente e relevante nos diversos canais é um imperativo, e a produção de conteúdo multiplataforma surge como uma resposta às mudanças no comportamento do público e no consumo de informação.
No entanto, não se pode ignorar a importância da comunicação interna. Em um mundo de trabalho híbrido e de pressões por engajamento e produtividade, manter as equipes alinhadas e motivadas é um desafio central que deve ganhar ainda mais atenção nos próximos anos.
Desafios: análise de dados e criatividade
O levantamento também escancara os principais desafios enfrentados pelas empresas. A análise de dados para definir os canais de comunicação mais efetivos aparece como a principal dor (62%), seguida pela adequação dos investimentos ao orçamento (51%). Esses resultados reforçam a urgência de uma comunicação corporativa data-driven, capaz de medir resultados com precisão e otimizar recursos.
Por outro lado, apesar do aumento geral no índice de satisfação com as agências (de 70% em 2022 para 75% em 2024), houve uma queda significativa na parcela de clientes muito satisfeitos — de 24% para 14%. O motivo? Falta de criatividade e desconexão com a estratégia da empresa.
Aqui reside um alerta para as agências de comunicação: não basta entregar relatórios robustos ou operar em múltiplos canais. É preciso inovar, conectar-se profundamente à estratégia dos clientes e entregar valor que impacte o resultado final dos negócios.
Comunicação corporativa como ativo estratégico
A pesquisa também trouxe uma constatação relevante: 94% dos entrevistados acreditam que as agências de comunicação contribuem para valorizar os negócios das empresas, um aumento de 9% em relação à edição anterior. Este dado reforça o reconhecimento do papel vital que a comunicação corporativa desempenha no fortalecimento de marcas e na criação de conexões consistentes com o mercado.
Em um cenário marcado por desafios econômicos, disrupção digital e pressão por resultados, as empresas que entendem a comunicação como um investimento — e não como custo — saem na frente. O aumento nos orçamentos previstos para 2025 é um sinal inequívoco dessa percepção.
O crescimento dos investimentos em comunicação corporativa é um indicativo do amadurecimento do mercado e do entendimento de que comunicar é, acima de tudo, estratégia. Para as agências, o desafio está lançado: ser mais criativas, conectadas às estratégias e orientadas por dados. Para as empresas, o momento é de aproveitar o potencial da comunicação como ferramenta essencial para navegar em um mundo complexo e volátil.
Investir em comunicação é investir em relevância, reputação e, acima de tudo, resultado.
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