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Parceria histórica: CAPS III Alegria de Viver, SEDETUR e UNITEN

O CAPS III Alegria de Viver em conjunto com a Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Turismo (SEDETUR) e apoiado pela Universidade do Trabalhador (UNITEN), se unem para inaugurar a primeira turma de curso voltado para pessoas em sofrimento mental. A parceria entre o CAPS III Alegria de Viver e a Secretaria de Desenvolvimento Econômico e […]

O CAPS III Alegria de Viver em conjunto com a Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Turismo (SEDETUR) e apoiado pela Universidade do Trabalhador (UNITEN), se unem para inaugurar a primeira turma de curso voltado para pessoas em sofrimento mental.

A parceria entre o CAPS III Alegria de Viver e a Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Turismo (SEDETUR), apoiada pela Universidade do Trabalhador (UNITEN), representa um projeto socialmente transformador para Sorocaba. O CAPS III – Alegria de Viver, mantido pela AJG+ (Agindo Juntos Geramos +) em contrato com a Prefeitura de Sorocaba, desempenha um importante papel na integração social de pessoas em sofrimento psíquico, promovendo a cidadania pelo trabalho e a reabilitação psíquica. Este documento visa explorar as nuances dessa parceria, com ênfase na organização das ações entre órgãos e parceiros e na importância de um programa sustentável de inclusão para o público em questão.

Objetivo do projeto
Este projeto foi elaborado para facilitar a reintegração de pessoas em sofrimento psíquico ao mercado de trabalho, oferecendo capacitação e incentivando o empreendedorismo como caminhos para a autonomia econômica e social. A SEDETUR, por meio do seu apoio indireto e promoção do desenvolvimento inclusivo, reforça a relevância de políticas que propiciam a cidadania ativa e valorizam o potencial de todos os cidadãos sorocabanos.
A inclusão social de pessoas em sofrimento mental por meio da educação e do trabalho é um desafio de enorme relevância para a sociedade atual. No Brasil, a Lei 10.216/2001 redefiniu o modelo de assistência a esses indivíduos, promovendo um movimento de desinstitucionalização e focando na reabilitação psicossocial. Nesse contexto, o CAPS III Alegria de Viver, em Sorocaba, e a SEDETUR uniram esforços para proporcionar a primeira turma do curso de Autoconhecimento e Vendas, oferecido na Universidade do Trabalhador (UNITEN).

O Curso de Autoconhecimento e Vendas
O curso de Autoconhecimento e Vendas, realizado na UNITEN, foi pensado para atender à crescente demanda por inclusão no mercado de trabalho entre pessoas em sofrimento psíquico. A proposta vai além da capacitação técnica: busca oferecer ferramentas para que os participantes possam retomar o protagonismo de suas vidas, fortalecendo a autoestima e a autoconfiança.
A coordenadora do CAPS III, Keren Amaral, enfatiza a relevância dessa abordagem:
“O serviço de saúde mental tem a tarefa de acreditar no desacreditado e imprimir no dia a dia formas de reabilitar os sujeitos, de maneira a resgatar a autonomia e autoconfiança de um público que historicamente foi excluído”.
O modelo do projeto está alinhado à Lei 10.216/2001, que estabeleceu um novo paradigma no tratamento de pessoas em sofrimento psíquico no Brasil, privilegiando a reabilitação psicossocial e a desinstitucionalização.
Conforme os princípios do artigo 37 da Constituição Federal, que preconizam a eficiência e a transparência na administração pública, a SEDETUR adota uma postura de apoio e incentivo a iniciativas que promovam o desenvolvimento social. Embora não tenha conduzido o processo de capacitação diretamente, a SEDETUR apoia ações que contribuam para a valorização da inclusão, respeitando as competências de cada órgão.
A Secretaria de Relações do Trabalho (SERT), que é responsável pela execução dos programas de qualificação profissional, compartilha o mesmo espaço administrativo que a SEDETUR, o que possibilita uma sinergia entre os órgãos. Essa proximidade contribui para uma atuação coordenada que fortalece a oferta de apoio aos cidadãos sem comprometer o princípio de isonomia e sem criar uma sobreposição de funções.
Além dos benefícios individuais para os participantes, o impacto coletivo dessa iniciativa está alinhado aos princípios de ESG (Environmental, Social, and Governance), que destacam a responsabilidade das instituições públicas e privadas em promoverem um futuro mais inclusivo e sustentável, alinhando-se aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU, especialmente o ODS 8 (Trabalho Decente e Crescimento Econômico) e o ODS 10 (Redução das Desigualdades).

Parceria com a Universidade do Trabalhador (UNITEN)
A parceria específica para o curso de Autoconhecimento e Vendas teve origem na demanda expressa pelos usuários do CAPS III Alegria de Viver, que manifestaram um forte desejo de se reinserir no mercado de trabalho e conquistar maior autonomia. Essa necessidade foi identificada pela equipe multidisciplinar do CAPS, que, com o apoio da Universidade do Trabalhador (UNITEN) e em colaboração com empresas locais como a Rede D Limpa, idealizou uma capacitação focada em proporcionar ferramentas práticas e emocionais para o desenvolvimento dos participantes.
A estrutura do curso foi desenhada de forma a combinar aspectos técnicos e comportamentais, dividindo-se em módulos que abordaram temas como autoestima, autoconhecimento, pertencimento social e técnicas de vendas. O objetivo era não apenas preparar os participantes para o mercado de trabalho, mas também promover um resgate de sua autoconfiança e valor social.
Realizado entre os dias 26 e 30 de agosto de 2024, o curso contou com a presença de profissionais experientes, como Diogo Ricci, CEO da Rede D Limpa, e Patrícia Peixoto, do grupo Ofebas. Esses especialistas trouxeram uma abordagem prática e humanizada e compartilharam experiências e estratégias que incentivaram os participantes a ampliar suas perspectivas e enxergar novas possibilidades para o futuro.
Diogo Ricci, CEO da Rede D Limpa, reforça que o projeto demonstra um
“compromisso genuíno da administração pública com a transformação social, ao promover oportunidades que efetivamente mudam a vida das pessoas”.
Esse compromisso com a cidadania e com a justiça social está enraizado na política pública de inclusão adotada pela SEDETUR.
A SEDETUR, por sua vez, é a articuladora de recursos e facilitadora das ações, enquanto a Secretaria de Relações do Trabalho (SERT), que compartilha o espaço da UNITEN, é a responsável pela execução e monitoramento dos programas de qualificação profissional. Esta diferenciação das atribuições ajuda a evitar conflitos com o princípio da isonomia.
A parceria se alinha com os princípios de inclusão social e reintegração estabelecidos na Lei 10.216/2001, que rege os direitos das pessoas em sofrimento mental.

Trabalho como possibilidade de reinserção social o usuário
Considerando que pessoas em sofrimento psíquico podem e são plenamente capacitadas para trabalhar e ter uma vida produtiva, a reinserção social pelo trabalho em tempos atuais teria como intuito servir de instrumento para a emancipação social e promover o autoconhecimento e a autorrealização, além de diminuir a ociosidade e favorecer a independência, aspectos fundamentais para o Projeto Terapêutico Singular (PTS) aderido por cada usuário, estruturado e acompanhado pela equipe multidisciplinar do referido Serviço de Saúde Mental.
Nesta perspectiva, os usuários experimentam ao longo de suas trajetórias de vida um descrédito em relação às suas capacidades e potencialidades, sejam laborativas, sejam relacionais. Isso pode acarretar uma situação de dependência econômica, subordinação e imobilização nessa população, impedindo a conquista de seus direitos de cidadania e direitos sociais. Diante do exposto, verificamos que os termos Cidadania e Loucura surgiram separadamente ao longo da história assim, foram naturalizados pelo discurso manicomial. Como resposta a essa situação, as lógicas da desinstitucionalização e da reabilitação propõem a atividade do trabalho como importante via de resgate da “cidadania possível” das pessoas em sofrimento mental.

Impacto social da primeira turma
Compreende-se que ao incluir o usuário de maneira real no mercado de trabalho, também impactamos as empresas, por meio da chance dessas organizações e seus funcionários transpor seus limites, aceitar o “diferente”, por meio da boa vontade, criatividade e ousadia. Os resultados dessa experiência são visíveis quando o usuário se sente capaz e se orgulha por realizar um trabalho remunerado, o qual lhe aumenta o poder aquisitivo e social. Contudo, mais que isso, consideramos de profunda riqueza nas práticas cotidianas desse processo compartilhar os projetos futuros desse usuário que volta a se apropriar de sua vida. “A partir do CAPS viemos até a UNITEN participar do curso de vendas para melhorar o nosso conhecimento e deste curso eu saio empregado. Estou indo trabalhar na Rede D Limpa de franquias de produtos de limpeza e eu acredito que o trabalho é uma questão de terapia que acaba melhorando nosso dia a dia”, ressalta Cristiano da Silva, usuário do CAPS III Alegria de Viver.
A cidadania pelo trabalho está associada ao favorecimento da autoafirmação, do relacionamento social e da construção de um lugar de inclusão. Sob essa perspectiva, o trabalho “pode promover um processo de articulação do campo dos interesses, das necessidades, dos desejos e do seu lugar no mundo, impactando a forma como o ser humano se relaciona consigo mesmo e com todas as pessoas à sua volta. Nesta vertente, percebe-se que quanto mais os usuários circulam pela sociedade, participando de diferentes ambientes sociais, mais eles fazem uso das possibilidades do contexto para construir uma rede de relações e a construção desta rede social para o usuário está diretamente ligada em seu cotidiano, na comunidade que está inserido. “O CAPS representa um facilitador da constituição das redes sociais, local onde a constituição de relacionamentos e possibilidades podem acontecer. Unindo forças e propósitos em meio ao caminhar de uma sociedade mais igualitária e inclusiva têm sido um diferencial em nosso trabalho “, finaliza Keren Amaral, coordenadora do CAPS III Alegria de Viver e idealizadora da parceria com a UNITEN.

Inclusão, desenvolvimento e reinserção social caminham lado a lado.

O processo de reintegração social desenvolvido dentro do CAPS III Alegria de Viver com usuários caminha ao encontro o com a mudança de paradigma da Saúde Mental que não diz respeito somente ao lugar onde é realizado o tratamento ou ao modo de cuidado, o sofrimento psíquico vai muito além da classificação dos sintomas em categorias. “Enquanto equipe multidisciplinar, priorizamos ter o conhecimento técnico dos transtornos mentais, porém sempre aliado aos direitos humanos, pois, independente da patologia, existe ali um sujeito que sofre, bem como, a ampliação do contexto do qual o usuário está inserido”, destaca Keren Amaral, coordenadora do CAPS III Alegria de Viver.
Em suma, esses recursos têm o potencial de transformar vidas, pois não só promovem o desenvolvimento financeiro, mas também ajudam a consolidar a autoestima e a identidade social dos novos empreendedores. Ao considerar o empreendedorismo como um caminho alternativo, o projeto amplia o leque de possibilidades para os usuários do CAPS e oferece ferramentas que incentivam a independência econômica e a inserção ativa na sociedade.

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