Plano inclui saída de marcas, reorganização de portfólio e redução de até 15% das funções fora da manufatura
A P&G anunciou um plano global de reestruturação que prevê a eliminação de até 7 mil cargos administrativos, o equivalente a cerca de 15% das funções não ligadas às operações industriais da companhia.
A medida integra um programa de dois anos, chamado ‘non-core restructuring’, e ocorre em meio a um cenário de alta volatilidade global, segundo a empresa.
Fatores como tensões geopolíticas, tarifas sobre matérias-primas (especialmente as importadas da China) e flutuações cambiais têm pressionado os resultados e exigido ajustes. A P&G projeta, por exemplo, um impacto de até US$ 600 milhões antes de impostos em 2026, caso as tarifas atuais sejam mantidas.
Diante desse contexto, a companhia decidiu revisar sua estrutura operacional com o objetivo de torná-la mais resiliente frente às instabilidades dos mercados consumidores e varejistas.
A reestruturação envolve três frentes principais: ajustes no portfólio, que podem incluir a saída de marcas e mercados, ganhos de eficiência na cadeia de produção e o redesenho da estrutura organizacional. Esta última prevê a redução de pessoal e a formação de lideranças com visão mais ampla e foco estratégico.
O plano deve custar entre US$ 1 bilhão e US$ 1,6 bilhão ao longo dos dois anos, sendo parte desse valor referente a despesas não monetárias. As demissões se somam a outras medidas já adotadas pela empresa em países como Argentina e Nigéria, onde operações foram reduzidas ou encerradas.
Apesar dos cortes, a P&G mantém sua meta de crescimento. A companhia projeta, para o ano fiscal de 2025, aumento de 2% nas vendas orgânicas, avanço de até 4% no lucro por ação (EPS) e produtividade de fluxo de caixa superior a 90%.
“O foco é garantir uma organização mais enxuta, resiliente e orientada à performance, em linha com o compromisso de geração de valor para consumidores, acionistas e a sociedade”, informou a empresa em comunicado.
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