
A Polícia Civil de São Paulo prendeu o nono suspeito de participação no assassinato do ex-delegado-geral Ruy Ferraz Fontes. O detido é Paulo Henrique Caetano Sales, de 38 anos, conhecido como PH, proprietário de uma das casas em Praia Grande usadas pelo grupo para planejar e dar apoio ao crime. Ele foi localizado no Jardim Shangrilá, na zona sul da capital. Com a prisão, ao menos nove pessoas estão detidas por envolvimento no homicídio. Outros dois suspeitos seguem foragidos e um morreu em confronto com policiais.
Fontes, de 64 anos, foi morto em 15 de setembro ao sair da Prefeitura de Praia Grande, onde era secretário municipal de Administração. Ele foi atingido por diversos disparos em uma emboscada. O ex-chefe da Polícia Civil paulista, que comandou a corporação entre 2019 e 2022, era conhecido pela atuação contra o Primeiro Comando da Capital (PCC) e chegou a indiciar toda a cúpula da facção em 2006, incluindo o líder Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola.
As investigações apontam que o grupo responsável pela execução utilizou ao menos quatro imóveis no litoral paulista para monitoramento, logística e abrigo dos suspeitos. Segundo a polícia, a casa ligada a PH era usada desde abril por Umberto Alberto Gomes, apontado como um dos articuladores do crime. Gomes morreu em confronto com equipes da Polícia Civil no Paraná no fim de setembro.
A Polícia Civil trabalha com a suspeita de que o assassinato tenha relação com uma licitação de cerca de R$ 24 milhões realizada pela Prefeitura de Praia Grande. A hipótese é que a disputa teria afetado interesses de integrantes da facção criminosa. No início do mês, o subsecretário de Gestão e Tecnologia da cidade, Sandro Rogério Pardini, teve celulares, computadores e dinheiro apreendidos em operação. A defesa dele nega qualquer envolvimento e afirma que ele está à disposição das autoridades.
Quem já foi preso
Entre os detidos estão suspeitos de atuar na vigilância do ex-delegado, na logística de fuga, na guarda de armas e na execução dos disparos. José Nildo da Silva, de 47 anos, preso recentemente em Itanhaém, é apontado como um dos possíveis atiradores. Outro suspeito de integrar o grupo, identificado como Umberto Gomes, morreu em confronto policial. Além de PH e José Nildo, outros sete investigados já haviam sido presos anteriormente. Dois permanecem foragidos, e as buscas continuam.
A Polícia Civil afirma que o crime foi planejado por meses e que Fontes era monitorado desde agosto. Imagens de câmeras de segurança mostram carros usados no acompanhamento do ex-delegado. Uma caminhonete utilizada na ação foi incendiada após o crime; outro veículo foi apreendido e passou por perícia. A defesa de Sales não foi encontrada. O espaço da Jovem Pan está aberto para qualquer manifestação.
Leia também
‘Enxergo como um atentado contra o Estado’, diz Lincoln Gakiya sobre plano do PCC para assassiná-lo
Oitavo suspeito de participar do assassinato de Ruy Ferraz Fontes é preso
Publicado por Felipe Dantas
*Reportagem produzida com auxílio de IA




