O ano marcado pela pandemia do coronavírus acabou, mas os desafios trazidos por um período tão atípico devem continuar e precisarão ser enfrentados por prefeitos eleitos e reeleitos de todo o país. Saúde, Educação e a situação fiscal das cidades são algumas das áreas que precisarão da atenção dos gestores municipais. Um ponto parece ser comum e preocupante: ajudar na organização da campanha de vacinação contra a Covid-19. “O primeiro desafio é a pandemia que ainda continua. Oferecer assistência médica, oferecer leitos de retaguarda, oferecer UTI. O segundo é aquela carga de cirurgias e procedimentos médicos que estão represados”, alerta o presidente da Frente Nacional de Prefeitos, Jonas Donizete. Ele lembra também que a logística de compra de seringas e agulhas é essencial para o bom funcionamento das campanhas.
Quando o assunto é educação, o presidente da Confederação Nacional dos Municípios, Glademir Aroude, defende que as aulas aconteçam também aos finais de semana e feriados. Segundo ele, é preciso tentar compensar as perdas deste ano, mesmo que isso traga mais custos para as prefeituras. “Um investimento maior no transporte escolar, na merenda escolar, horas extras e contratação de trabalhadores da área da educação”, cita ele. Para realizar esse projeto, as cidades precisam de dinheiro. Este é um ponto que preocupa as entidades que representam os prefeitos e municípios, já que antes da pandemia 75% das cidades tinham situação fiscal considerada como “crítica”, já 35% não conseguiam sustentar a própria estrutura administrativa nem a Câmara de vereadores, segundo levantamento feito pela Federação das Indústrias do Rio de Janeiro.
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Por isso, Jonas Donizete defende a prorrogação do estado de calamidade pública no país. “A previsão para o início do ano é de um recrudescimento da pandemia, por causa justamente das aglomerações. Então existe uma preocupação muito grande das autoridades sanitárias, da questão da capacidade hospitalar, então eu sou favorável ainda a que se mantenha a questão da calamidade pública”, lembra. Entre as dicas dadas pelos especialistas aos novos prefeitos está a de não preencher todos os cargos comissionados aos que eles têm direito como forma de não sobrecarregar a folha de pagamento. Não fazer compras ou assinar contratos sem licitação, principalmente os relacionados à pandemia.
*Com informações da repórter Nicole Fusco