
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta quinta-feira (23) que está disposto a autorizar ações terrestres contra cartéis de drogas na América Latina, intensificando as tensões diplomáticas com países da região, especialmente México, Colômbia e Venezuela. Durante uma coletiva de imprensa ao lado de ministros e secretários de governo, Trump classificou os cartéis como “o Estado Islâmico do hemisfério ocidental” e afirmou que tomará “todas as medidas necessárias” para impedir a entrada de entorpecentes em território norte-americano.
Apesar de não citar diretamente a Venezuela ou a Colômbia, o presidente já havia mencionado os dois países em discursos anteriores e justificou operações militares recentes no Caribe e no Pacífico, nas quais embarcações suspeitas foram destruídas por forças dos EUA. Trump também destacou o envio de forças federais a Washington D.C., medida que, segundo ele, reduziu a criminalidade na capital, e disse que pretende estender a ação a outras cidades com altos índices de violência, como Chicago e municípios da Califórnia.
As declarações ampliam as preocupações com um possível aumento das tensões entre Washington e governos latino-americanos produtores e exportadores de drogas, como Peru, Bolívia, Colômbia e Venezuela. O cenário coloca o Brasil em uma posição diplomática delicada, já que há expectativa de um breve encontro entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump no próximo domingo — reunião que, até o momento, não consta na agenda oficial da Casa Branca.
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