
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, deve discutir maneiras de superar diferenças com o Brasil durante reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em Kuala Lumpur, neste domingo (26), paralelamente à cúpula da Associação das Nações do Sudeste Asiático (Asean). A informação foi dada pelo secretário de Estado americano, Marco Rubio, responsável pelas negociações com o país sul-americano.
“O Brasil é um país grande e importante. Acreditamos que, no longo prazo, será benéfico para o Brasil nos escolher como parceiro preferencial no comércio, em vez da China, por questões de geografia, cultura e alinhamento em muitos aspectos”, disse Rubio em entrevista durante voo para Kuala Lumpur. Ele ressaltou, porém, que há pontos de atrito, como o tratamento dado a alguns juízes, a atuação do setor digital brasileiro em relação a empresas e cidadãos dos EUA, e postagens em redes sociais.
Trump aplicou tarifas de 50% sobre produtos brasileiros, alegando uma suposta “caça às bruxas” contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, condenado pelo STF por tentativa de golpe de Estado e atentado contra a democracia. O governo americano também acusa o Brasil de impor restrições a grandes empresas de tecnologia norte-americanas.
“Teremos que trabalhar nisso, além da questão comercial. As duas áreas estão entrelaçadas”, disse Rubio. “O presidente Trump vai explorar formas de superar esses pontos, porque acreditamos que será benéfico, embora leve algum tempo.”
O secretário destacou que Trump e Lula tiveram uma ligação “muito positiva” recentemente e que ele próprio se encontrou com o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira. Questionado sobre se Lula poderia influenciar Nicolás Maduro na Venezuela, Rubio afirmou que, embora o presidente brasileiro não reconheça o ditador venezuelano como vencedor da última eleição, não está claro se o Brasil poderá exercer papel relevante nesse sentido.
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